Paulo Guedes se tornou o “estorvo útil” para Bolsonaro

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Apesar do barulho em torno da divulgação de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, têm contas em paraísos fiscais (offshores), o presidente Jair Bolsonaro nada fará em relação ao tema. Não quer dar munição à oposição. E tem certeza de que os subordinados nada fizeram de errado.

Especificamente em relação a Paulo Guedes, dizem aliados de Bolsonaro, o ministro se tornou um “estorvo útil” para o presidente da República. Quando começar de verdade a campanha à reeleição em 2022, Bolsonaro poderá jogar a culpa em Guedes se a economia não se recuperar.

Afinal, ressaltam os aliados do presidente, ele sempre deixou claro que não entendia nada de economia, e que confiava no Posto Ipiranga dele. Ninguém descarta a possibilidade de Bolsonaro dizer aos eleitores que acreditou demais no ministro e está pagando o preço por isto.

Outro ponto levantado pelos aliados de Bolsonaro: não há nenhum nome forte no mercado ou na academia disposto a substituir Paulo Guedes no Ministério da Economia. Todos os grandes economistas consideram o governo atual como um caso perdido.

Quanto a Campos Neto, Bolsonaro não quer briga com o projeto que o governo dele defendeu no Congresso, o da independência do Banco Central. A ordem, portanto, no governo, é deixar a poeira baixar até a próxima crise chegar. Por enquanto, os críticos ficarão falando sozinhos.

Brasília, 14h58min

Vicente Nunes