BNDES1 Foto: Divulgação

Paula Belmonte cobra explicações de Guedes sobre gasto de R$ 48 milhões do BNDES

Publicado em Economia

A deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF) pediu à Presidência da Câmara dos Deputados que encaminhe requerimento ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela cobra informações sobre os R$ 48 milhões gastos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio da contratação de uma empresa de auditoria internacional para investigar a suposta existência de uma caixa-preta na instituição. A auditoria não encontrou nada de irregular no banco.

 

No requerimento, a parlamentar questiona por que a então CPI do BNDES, que estava em andamento em 2019, não foi avisada que havia uma investigação em curso pelo banco. Belmonte também quer saber que foi a finalidade da contratação da Cleary Gottlieb Steen & Hamilton LLP, que subcontratou a Levy & Salomão Advogados, ao custo de R$ 48 milhões.

 

Na avaliação da deputada, não fazia sentido a contratação da empresa de auditoria, com objetivo de averiguar a existência de indícios de corrupção nas operações entre o BNDES e a JBS, uma vez que ela não poderia “ter acesso aos dados privados dos diretores e de empregados (contas bancárias, e-mails, ligações telefônicas, evolução patrimonial própria e de parentes, etc), acesso este necessário à demonstração de recebimento de vantagem indevida imprescindível à configuração da ocorrência de corrupção e suborno.”

 

Para Paula Belmonte, todo o trabalho que foi feito pela empresa de auditoria poderia ser realizado sem ônus para o BNDES pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. O trabalho de investigação poderia ser reforçado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e mesmo pela CPI. Ou seja, o banco público desperdiçou uma fortuna sem dar qualquer justifica plausível para a contratação da auditoria, realizada somente para agradar o presidente Jair Bolsonaro, que tinha fixação pela ideia de existência de uma caixa-preta na instituição de fomento.

 

No mesmo requerimento, a deputada questiona de que forma o BNDES foi autorizado a aportar R$ 8,5 bilhões no caixa da JBS para que o grupo comandado pelos irmãos Joesley e Wesley Batista comprasse empresas nos Estados Unidos. Com base em relatório do TCU, Belmonte diz que “tais aquisições não objetivavam expandir as exportações brasileiras”, na verdade, segundo ela, “acabaram por prejudicar” as vendas de carne para o mercado internacional.

 

Belmonte ressalta, no documento, que decidiu recorrer a Paulo Guedes por que, desde janeiro deste ano, espera, sem sucesso, por respostas do presidente do BNDES, Gustavo Montezano.

 

Brasília, 20h01min