Desde o início, técnicos alertaram que o tal “Plano B” era uma bobagem, uma vez que a maior parte das medidas já está em análise pelo Congresso e pouco efeito terão a curto prazo, sobretudo em relação aos cofres públicos. Mas Meirelles convenceu o Palácio do Planalto a divulgar as medidas às pressas, como se todos os problemas da economia fossem ser resolvidos. O ministro da Fazenda também defendeu mudanças na Previdência por meio de projeto de lei, o que foi defenestrado pela cúpula política do Planalto.
Na avaliação de técnicos da equipe econômica, a Fazenda está atropelando demais os fatos, por causa do desejo enorme de Meirelles de ser candidato à Presidência da República. Esse movimento do ministro, por sinal, tem provocado um descompasso entre os discursos da Fazenda e do Planejamento. Economistas de bancos privados que têm conversado com as duas equipes ouvem coisas completamente diferentes de um lado e de outro, o que causa apreensão.
Agora, o governo tenta conter o estrago provocado pela pressa de Meirelles. O presidente Michel Temer já falou com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, aos quais garantiu que não há nenhuma intenção do Executivo de pautar o Congresso. Muito pelo contrário. O que o Planalto espera é parceira do Legislativo nesse período de intervenção federal no sistema de segurança do Rio de Janeiro.
Temer reforçou a Maia e a Eunício a gratidão pelo esforço que fizeram para aprovar, em tempo recorde, o decreto que retira do governador fluminense, Luiz Fernando Pezão, o poder de comandar as forças policiais do estado. Agora, tanto a Polícia Militar, quanto a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros do Rio estão sob o comando do general Braga Netto.
Brasília, 11h15min