Para não encolher, Ciro depende cada vez mais do PSB

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A candidatura de Ciro Gomes (PDT) ficou mais dependente do que nunca do PSB. Com o Centrão (PR, DEM, PP e PRB) fechando com Geraldo Alckmin (PSDB), o pedetista terá que acertar aliança com o PSB para não ficar menor. Sem alianças de peso, Ciro terá pouco tempo de tevê, apenas um minuto, o que pode comprometer seus planos de chegar ao segundo turno das eleições.

Ciro estava apostando todas as fichas num acerto com os partidos de centro para reforçar sua trajetória rumo à Presidência da República. Chegou ao ponto de aliviar seu discurso para tentar atrair os partidos que, juntos, têm mais de três minutos de tevê. Nas negociações, ganhou um aliado de peso, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM.

Mas, com a adesão do PR de Valdemar Costa Neto ao Blocão, a aliança com Ciro ficou mais difícil. Valdemar considera Ciro de difícil manejo e temia que o candidato, por seu temperamento explosivo, acabasse minando a própria candidatura. Com isso, o Central morreria na praia e sairia mais enfraquecido para fechar uma nova aliança no segundo turno.

O Centrão não brinca em serviço. Seu objetivo, com a aliança, é garantir um bom naco no governo vencedor. Comandar ministérios e estatais importantes. Para Alckmin, mesmo ciente da gula do Centrão, a aliança é a única opção para que ele consiga se movimentar nas pesquisas de intenção de votos, nas quais está estagnado entre 6% e 8%, dependendo do levantamento.

Caso consiga fechar com o PSB, Ciro garantirá dois minutos e 30 segundos de tevê. Será um alento e tanto. Nesta sexta-feira (20/07), o pedetista será sacramentado como candidato do PDT à Presidência da República. Mas o anúncio perdeu impacto com o candidato sem uma aliança forte para caminhar até outubro próximo.

Para fechar com o PSB, Ciro terá que superar um empecilho de peso, o PT, que trabalha pesado para que a aliança com o pedetista não saia. A pressão do PT é para que o PSB se mantenha neutro.

Brasília, 20h33min

Vicente Nunes