ROSANA HESSEL
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou equivocada e excessiva a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, desta quarta-feira (4), de manter o ritmo de aumento da taxa básica da economia (Selic) em um ponto percentual, para 12,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017.
“Desde março de 2021, a taxa básica de juros tem sido elevada pela autoridade monetária, acumulando mais de 10 pontos percentuais no período. Para a CNI, a taxa anterior, de 11,75%, já era suficiente para garantir uma trajetória de queda da inflação nos próximos meses, uma vez que a alta leva tempo para restringir a atividade e, consequentemente, segurar a alta dos preços”, destacou a entidade em comunicado após o anúncio da decisão do Copom.
“Este novo aumento da taxa de juros deve comprometer ainda mais a atividade econômica, que já dá claros sinais de fraqueza. Para a indústria, a intensificação do ritmo de aperto da política monetária piora as expectativas para o crescimento econômico em 2022, com efeitos adversos sobre a produção, o consumo e o emprego”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, na nota.
A entidade informou ainda que os dados de atividade econômica do Banco Central, medidos pelo IBC-Br, em fevereiro, estava 0,4% abaixo do índice de dezembro de 2021, “apontando estagnação da economia”.
“A CNI avalia que a expectativa de inflação cadente e a trajetória incerta de recuperação da atividade econômica demandam uma política monetária mais moderada e atenta aos desafios de crescimento do Brasil no curto prazo”, completou a nota.
Com a nova taxa Selic, o Brasil passou a liderar o ranking de 40 país com a maior taxa de juros real elaborado pela Infinity Asset Management.