Para Bolsonaro, Rodrigo Maia pedirá “arrego” ao governo

Compartilhe

Quem falou com o presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-ferira (01/02) diz que há muito tempo não o via tão feliz. Bolsonaro está exultante por fazer os presidentes da Câmara e do Senado, com as vitórias de Arthur Lira (PP) e de Rodrigo Pacheco (DEM), respectivamente.

Nada, porém, dá mais prazer ao presidente da República do que a derrota fragorosa de Rodrigo Maia (DEM), quase ex-presidente da Câmara. Maia tentou fazer o deputado Baleia Rossi (MDB) seu sucessor no comando da Câmara, mas está praticamente definido que Lira será o vencedor nas eleições desta segunda.

Para Bolsonaro, sem poder, traído pelo próprio partido, o DEM, com um grupo reduzidíssimo de apoiadores, Rodrigo Maia, mais cedo, mais tarde, pedirá “arrego” ao governo. O presidente acredita que Maia é vaidoso demais para ficar no ostracismo. E vai querer pegar carona no grupo de Lira.

Caneta que distribui cargos e verbas

Bolsonaro diz que Maia fez a escolha dele, de partir para o enfrentamento, destruindo todas as pontes com o governo. Acreditava ter mais poder e apoio do que realmente tinha. Segundo o presidente, não havia como Maia competir com a sua caneta Bic, muito poderosa, por poder distribuir cargos no governo e verbas.

Assessores de Bolsonaro no Palácio do Planalto acreditam que Rodrigo Maia vai se juntar ao governador de São Paulo, João Doria, nos ataques ao governo. “Será o único jeito de ele conseguir espaço na mídia”, afirma um dos auxiliares do presidente. “Mas Maia verá que será melhor se juntar aos aliados do governo”, acrescenta.

No que depender de Bolsonaro, a ordem será fustigar ao máximo Rodrigo Maia e ampliar a imagem de que ele é um grande derrotado, sem base de apoio e fragilizado para reconstruir um caminho político que o leve de volta ao protagonismo. “Maia foi trucidado”, destaca o mesmo assessor.

Brasília, 12h01min

Vicente Nunes