Segundo os economistas do Bank of America, há sete meses consecutivos a inflação vem surpreendendo para baixo. Ou seja, o IPCA tem ficado sistematicamente abaixo das previsões do mercado. Na média, os analistas esperavam inflação de 0,44%. O banco norte-americano,de 0,45%.
Diante da forte desaceleração da inflação, o Bank of America aposta que o Banco Central acelerará o passo e cortará os juros em um ponto percentual, com a taxa básica (Selic) caindo de 12,25% para 11,25% ao ano.
Pelas análises da instituição norte-americana, a queda da inflação é generalizada. O índice de difusão, que mede a quantidade de serviços e produtos pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou, da prévia para o IPCA final, de 63,3% para 50,9%. É um indicador muito confortável para o BC.
Não é só. Com a recessão mais severa vivida pelo Brasil em quase 100 anos, a inflação de serviços, usada como referência pelo Banco Central, cedeu de 5,77%, em janeiro, para 5,46%, em fevereiro. As famílias sofrem com a brutal queda de renda e com o elevado nível de endividamento.
Outra instituição, o Itaú Unibanco, acredita que, mesmo com a forte queda da inflação, o BC manterá o ritmo de queda de juros inalterado nas próximas quatro reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). O ciclo de flexibilização se encerrará com mais duas reduções de 0,5 ponto cada.
Caso essa projeção se confirme, a Selic encerrará 2017 em 8,25%. A previsão anterior era de 9,25% ao ano. O Itaú, que prevê IPCA de 4,1% neste ano, acredita que o BC antecipará o processo de corte dos juros que se entenderia por 2018.
Brasília, 14h58min