Os caminhões do Exército e a gastança de Dilma

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LEONARDO CAVALCANTI

A ameaça da Organização Mundial do Comércio (OMC) em retaliar o Brasil, caso o governo federal não suspenda benefícios considerados ilegais, é apenas a ponta perceptível de políticas sem planejamento implementadas durante a gestão de Dilma Rousseff — e mantidas por Michel Temer. Veja, por exemplo, a compra de caminhões para o Exército Brasileiro, em 2013.

Naquele ano, o governo de Dilma autorizou, a partir de licitação, a compra de 3.401 veículos da Volkswagen e da Mercedes-Benz. O valor de cada um dos caminhões chegou a R$ 339 mil, um custo total de R$ 1,1 bilhão. Na época, a aquisição da frota foi comemorada por integrantes da tropa, mas vista com reservas por alguns oficiais pelo número de unidades compradas de uma só vez. A conta da gastança chegou agora, pois não há mais verbas para a manutenção.

A garantia da parte mecânica dos caminhões acabou no ano passado e os militares temem ficar sem condições de repor peças para os veículos — alguns já necessitam de manutenção. Os modelos comprados são o VW Worker e o Atego. Para além do agrado com os militares, a iniciativa de Dilma tinha como meta dar fôlego à indústria automotiva na época.

Antes da compra, por exemplo, o 72º Batalhão de Infantaria Motorizada, sediado no município pernambucano de Petrolina, tinha menos de cinco caminhões — recebeu 50 com o edital de Dilma. Os militares garantem que todos os veículos adquiridos são empregados em missões, mas receiam uma futura canibalização da frota por falta de manutenção.

Em tempo: a garantia da carroceria dos dois modelos acaba no ano que vem.

Brasília, 12h15min

Vicente Nunes