ROSANA HESSEL
Em meio às tensões comerciais crescentes no mercado internacional, a Organização Mundial do Comércio (OMC) reduziu suas projeções para o crescimento das exportações e das importações globais deste ano e do próximo. Conforme comunicado divulgado nesta terça-feira (1/10), entidade sediada em Genebra, na Suíça, cortou de 2,6% para 1,2%, a estimativa de expansão das trocas comerciais em 2019, e de 3% para 2,7%, a de 2020, dado que ainda depende da pacificação dos conflitos atuais. Os dados anteriores foram projetados em abril.
A OMC possui 164 países membros e as perspectivas para a economia global divulgadas hoje não são nada animadoras diante da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. Não à toa, o atual cenário foi classificado como “sombrio” pelo diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo. Para ele, essa mudança no quadro não foi totalmente inesperado, mas os conflitos comerciais devem “retardar o aumento da produtividade e de investimentos que poderiam melhorar o padrão de vida dos cidadãos”. “A criação de empregos também pode ser prejudicada, pois as empresas empregam menos pessoas para produzir bens e serviços para exportação”, destacou o diplomata brasileiro no comunicado da entidade. Para ele, um fim nessas tensões comerciais “permitiria aos membros da OMC evitar tais custos”.
Conforme as projeções da OMC, a América do Norte tem a maior taxa de crescimento do fluxo comercial neste ano, de 2,9%, abaixo da anterior, de 3,6%. Enquanto isso, a expectativa de expansão da Ásia, foi reduzido de 4,6% para 1,8%. Já o indicador de avanço do comércio das Américas do Sul e Central encolheu de 0,7% para -0,7%.