A tradicional rede de varejo Oba Hortifruti pediu autorização à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançar ações em Bolsa de Valores. O objetivo é reforçar o caixa para tocar seu processo de crescimento.
Com forte atuação no Distrito Federal, o Oba faturou R$ 1,3 bilhão nos nove primeiros meses deste ano. A rede tem 56 lojas em 14 cidades do Sudeste e do Centro-Oeste — a próxima será inaugurada em Piracicaba, São Paulo. A rede também é dona de dois centros de distribuição e de um frigorífico. São mais de 6 mil empregados.
O Oba foi fundando em 1979, em Belo Horizonte. O controle da empresa está nas mãos de seus fundadores Carlos Roberto Alves, com 54,88% do capital, e Raimundo Desidério Alves Caetano, com 10,50%. A gestora de recursos Crescera, ex-Bozano, detém 30% de participação.
A rede de hortifruti registrou crescimento de 31,4% nas vendas nos nove primeiros meses deste ano, apesar da pandemia do novo coronavírus. O lucro líquido foi de R$ 43,3 milhões, com alta de 66,8%. A meta do Oba é investir parte do dinheiro arrecadado com a venda de ações na ampliação dos canais de atendimento digitais e em logística.
Apetite dos estrangeiros
A decisão do Oba de abrir o capital (IPO, na sigla em inglês) vem num momento em que os investidores estrangeiros dão sinais de disposição de retornar ao Brasil, mesmo que muito lentamente. Em outubro, o saldo do capital externo na Bolsa de Valores de São Paulo está positivo em R$ 2,6 bilhões. No ano, porém, as saídas somam R$ 85,2 bilhões.
Segundo a CVM, nas últimas semanas, 10 empresas pediram registro para lançamento de ações em Bolsa. Além do Oba, a lista inclui Cruzeiro do Sul Educacional, Rede D’Or, Focus Energia, Grupo Big, CSN Mineração, Tok & Stock, Neogrid, Paschoalotto e Oeloplan.
Brasília, 14h09min