“É pragmatismo”, diz o gestor de um dos maiores fundos de investimentos do país. Ele explica que, com Arthur Lira à frente da Câmara, ficará mais fácil para o ministro da Economia, Paulo Guedes, levar à frente a agenda econômica com vistas ao ajuste fiscal. “Não é segredo para ninguém que Guedes e Maia não se bicam há muito tempo”, acrescenta.
Os analistas dizem que é importante que o Congresso tenha uma boa sintonia com o governo, o que não ocorre há muito tempo. “Maia tem sido um empecilho para essa boa relação”, ressalta outro gestor. “Reconhecemos que Maia é defensor ferrenho da agenda liberal do mercado, mas uma coisa é defender, outra é se tornar um entrave para aprová-la”, emenda.
Todos reconhecem que, com Lira à frente da Câmara, o Congresso ficará mais fisiológico e que o governo terá de ampliar as benesses para assegurar o apoio que precisa. “Mas, também, aumentam as chances de o governo aprovar projetos importantes para a economia. O presidente Jair Bolsonaro vai querer mostrar serviço”, diz um operador de um banco estrangeiro.
“Se Lira sair vitorioso no primeiro turno da eleição para a Câmara, Bolsonaro ganhará um enorme fôlego político. Ele entrou de cabeça nesse projeto de derrotar Maia. Agora, que esse empenho seja revertido em aprovação de projetos na área econômica e não apenas da agenda de costumes”, frisa o operador de banco.
Brasília, 12h43min