O elefante no meio da sala do Aliança pelo Brasil

Compartilhe

RODOLFO COSTA

O Aliança pelo Brasil terá o combate à corrupção como uma das bandeiras mais importantes da futura legenda. O estatuto do partido, inclusive, vai propor transparência nas contas e um regime de compliance. Mas, entre alguns aliados do presidente Jair Bolsonaro, há um grande e incômoda incerteza sobre a imagem imaculada que os aliados pretendem criar: o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL).

Suspeito em investigações envolvendo esquemas de candidaturas de fachada nas eleições de 2018, Álvaro Antônio é acusado de dar aval para disputas eleitorais em Minas Gerais, quando era presidente do diretório estadual. Filiada ao PSL mineiro no último pleito, Zuleide Oliveira é uma das candidatas que acusa o ministro. Ela afirma às autoridades ter sido convidada para a disputa, no entanto, a candidatura teria sido organizada para que ela pudesse devolver os recursos ao partido.

As acusações irritaram boa parte da ala bolsonarista do PSL no Congresso desde que as primeiras denúncias começaram a ser publicadas pela imprensa, ainda no início deste ano. Para um aliado de Bolsonaro, o sucesso do Aliança passa pelo fim do relacionamento entre Bolsonaro e Álvaro Antônio. “Ele é o elefante no meio da sala”, criticou, ao Blog.

A mesma lógica, contudo, não se aplicará ao senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), suspeito de ter negociado com assessores a devolução de parte dos salários pagos a aos funcionários quando ele ainda era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), em operação conhecida como “rachadinha”.

Vicente Nunes