O discurso do Banco Central

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Está certo para todo o mercado que o Banco Central não mexerá na taxa básica de juros (Selic), de 14,25% ao ano, nesta quarta-feira. Diante disso, os analistas estão gastando toda a energia possível para tentar antecipar qual será o comunicado pós-reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

A tendência, diz uma ala mais conservadora do mercado, é de que o Copom, agora sob o comando de Ilan Goldfajn, seja bem duro no discurso. Só assim conseguirá derrubar, mais rapidamente, as projeções de inflação, fazê-las convergi-las para o centro da meta, de 4,5%, e abrir espaço para a queda dos juros.

Na média, os analistas veem a Selic caindo um ponto percentual, para 13,25%, até o fim deste ano. Para 2017, a estimativa é de que os juros cheguem a 11%. Mas, com essas taxas, não há como ver a inflação no centro da meta. O próprio mercado diz isso em suas projeções.

Portanto, ao que tudo indica, o discurso do BC vai endurecer, o corte da Selic começará mais tarde que o imaginado, provavelmente na última reunião do ano do Copom, em novembro, e os juros vão cair menos que o imaginado. Esse é o desenho mais parecido com a nova composição do Copom. É esperar para ver.

Brasília, 00h05min

Vicente Nunes