O ideal, reconhece o empresariado, seria a construção de uma candidatura de centro que criasse menos ruídos que Bolsonaro. Mas reconhecem que o governador de São Paulo, João Dória, está muito desgastado para concorrer à Presidência e ressaltam que o ex-juiz Sergio Moro é uma incógnita. Além de não ter nenhuma experiência em gestão, não se sabe que política econômica ele levaria adiante caso fosse eleito.
Pandemia e meio ambiente
No entender dos empresários, Bolsonaro errou muito na condução da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Também está pecando em manter Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente. Porém, agrada o capital quando permite que o ministro da Economia, Paulo Guedes, leve adiante reformas estruturais e quando endossa as ações do Banco Central. Isso, para eles, é vital pois garante uma travessia menos tumultuada quando a produção e o consumo recuperarem o fôlego.
A postura paz e amor de Bolsonaro é o que mais tem contribuindo para manter o suporte dos donos do dinheiro a ele. Os empresários dizem que o presidente está caminhando tanto para o centro da política quanto para o centro da economia, o que é bom. Mas, a despeito do pragmatismo que demonstram agora, alertam: Bolsonaro está sob contante escrutínio. Se retomar o radicalismo, ou mesmo insistir no populismo ao aumentar gastos para atrair votos, o apoio de hoje vai minguar — e rapidamente.