BolsonaroVirus

O apoio dos empresários à reeleição de Bolsonaro

Publicado em Economia

Apesar da discrição que costumam manter, para não criar ruídos, os empresários já discutem as eleições de 2022. Parte deles admite apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro. Não que isso represente total aprovação ao atual governo. Mas os donos do dinheiro listam dois pontos que, hoje, os levam a defender mais quatro anos de governo para o presidente: a total falta de opção entre os possíveis candidatos e a liberdade com que a equipe econômica vem atuando.

 

O ideal, reconhece o empresariado, seria a construção de uma candidatura de centro que criasse menos ruídos que Bolsonaro. Mas reconhecem que o governador de São Paulo, João Dória, está muito desgastado para concorrer à Presidência e ressaltam que o ex-juiz Sergio Moro é uma incógnita. Além de não ter nenhuma experiência em gestão, não se sabe que política econômica ele levaria adiante caso fosse eleito.

 

Pandemia e meio ambiente

 

No entender dos empresários, Bolsonaro errou muito na condução da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Também está pecando em manter Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente. Porém, agrada o capital quando permite que o ministro da Economia, Paulo Guedes, leve adiante reformas estruturais e quando endossa as ações do Banco Central. Isso, para eles, é vital pois garante uma travessia menos tumultuada quando a produção e o consumo recuperarem o fôlego.

 

A postura paz e amor de Bolsonaro é o que mais tem contribuindo para manter o suporte dos donos do dinheiro a ele. Os empresários dizem que o presidente está caminhando tanto para o centro da política quanto para o centro da economia, o que é bom. Mas, a despeito do pragmatismo que demonstram agora, alertam: Bolsonaro está sob contante escrutínio. Se retomar o radicalismo, ou mesmo insistir no populismo ao aumentar gastos para atrair votos, o apoio de hoje vai minguar — e rapidamente.