Os dados fazem parte do levantamento, resultado de parceria do banco Genial Investimentos com a Quaest Consultoria e Pesquisa, utilizando uma nova metodologia desenvolvida com base em ferramentas de correção dos substratos pesquisados, que terá periodicidade mensal até as eleições de 2022. Foram entrevistadas presencialmente 1,5 mil pessoas maiores de 16 anos nas 27 capitais brasileiras, totalizando 95 cidades pelo país. O estudo considerou cenários com vários candidatos cogitados como terceira via e mostram o petista liderando as intenções no momento e revela que eles ainda são pouco conhecidos pelo eleitorado.
Em uma pesquisa espontânea, Lula também lidera, com 21% da preferência, enquanto Bolsonaro tem 18%. Já o volume de indecisos é bem maior, de 57%. Em um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria com 53% contra 33% da preferência dos votos, de acordo com o levantamento.
A estudo revela ainda que rejeição dos entrevistados a Bolsonaro é maior do que ao governo do chefe do Executivo. A desaprovação do governo foi de 57%, mas a reprovação do comportamento do presidente é de 67%. “O maior problema é o próprio Bolsonaro e, conforme a pesquisa, a economia é que pode garantir que ele consiga se reeleger”, destacou o cientista político Felipe Nunes, coordenador da pesquisa e CEO da Quaest.
Fator econômico
Na avaliação do especialista, Bolsonaro dificilmente conseguirá ser eleito, se a economia não ajudar e não melhorar a sensação de bem estar do eleitor, porque as principais preocupações serão com emprego e a alta dos preços, que corrói a renda do brasileiro. De acordo com a pesquisa, 38% dos entrevistados estão otimistas de que haverá melhora na economia e 56% esperam que o país consiga gerar mais emprego. Contudo, 31% acredita que haverá controle da inflação.
“Quando cruzamos os dados das pessoas que conhecem pessoas que morreram por conta da covid-19 com os eleitores de Bolsonaro não há diferença. A pandemia não tem efeito direto sobre a popularidade de Bolsonaro. O problema dele é a economia. Se a inflação e o desemprego continuarem altos, ele não conseguirá se reeleger”, afirmou.
De acordo com levantamento, 44% dos entrevistados avaliam o governo do presidente Jair Bolsonaro negativo, 26% positivo e 28% regular. A pior avaliação é do Nordeste, com 49% dos entrevistados considerando negativo o governo e a menor parcela de positivo, de 20%. Centro-Oeste é a região com a segunda maior avaliação negativa de Bolsonaro, de 48%. Já o Sul é a região com maior aprovação do presidente, de 32%, e a menor avaliação negativa, de 34%.