É verdade que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem um ótimo atrativo para Dyogo Oliveira, que, a partir de abril, deverá trocar o comando do Ministério do Planejamento pela presidência da instituição financeira: o salário mensal de quase R$ 100 mil, quase três vezes o que ele ganha hoje.
Mas, caso realmente vá para o BNDES, Dyogo, ao qual o banco está subordinado atualmente, terá que se submeter a Mansueto Almeida, hoje secretário de Acompanhamento Fiscal da Fazenda, indicado por Henrique Meirelles para o comando do Planejamento.
Não que sejam inimigos. Mas quem acompanha o dia a dia da Esplanada sabe que Dyogo e Mansueto nunca foram amigos. Sempre houve entre eles um tratamento cordial, porém, com uma distância estratégica. Por isso, muitos se perguntam como será a relação entre eles, com Dyogo passando a ser subordinado de Mansueto.
Iniciativa privada
Amigos de Dyogo dizem que ele saberá lidar muito bem com isso. Serão apenas nove meses de relacionamento e o BNDES fica longe de Brasília. Do Rio, Dyogo poderá tocar seu trabalho, que lhe renderá um bom conhecimento para, caso siga o seu desejo, migrar depois para a iniciativa privada.
Em relação ao corpo técnico do BNDES, muito resistente ao troca-troca de presidentes da instituição, os mesmos amigos de Dyogo dizem que ele saberá tirar de letra, uma vez que é funcionário de carreira do Executivo, do grupo de gestores. Não será, portanto, um corpo estranho no banco.
Para Dyogo, no entanto, o melhor teria sido ir para o Ministério da Fazenda, mas seu nome foi vetado com veemência por Meirelles, que, como pré-candidato à Presidência da República, filiado ao MDB, quer ter total controle sobre a equipe econômica para dizer que todas as conquistas na economia foram frutos de suas decisões. Ele não quer dividir os louros com ninguém.
Brasília, 09h45min