As semelhanças entre o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e seu antecessor, Nelson Barbosa, são maiores do que se imagina. Quem se der ao trabalho de avaliar as propostas apresentadas pelo atual chefe da equipe econômica com as lançadas pelo braço direito de Dilma Rousseff pouco antes de a petista ser afastada verá que os temas propostos para o ajuste fiscal são praticamente os mesmos.
Barbosa defendia um limite para o aumento de gastos, projeto que Meirelles considera vital para a arrumação das contas públicas. O ex-ministro pregava a renegociação da dívida dos estados, medida que o atual chefe da Fazenda que ver aprovada rapidamente pelo Congresso. Nesse ponto, vale a ressalva: Barbosa era muito mais rigoroso do que Meirelles, pois impunha uma série de contrapartidas aos governadores para dar facilidades. No acordo vigente, só há benefícios aos estados.
A grande diferença que marca os dois é a credibilidade. Barbosa não dispunha de nenhuma. Meirelles, pelo menos até agora, tem de sobra. A grande pergunta que todos andam se fazendo é se o chefe da equipe econômica de Michel Temer transformará todo esse capital em ações concretas para o ajuste fiscal. O governo no peemedebista caminha para completar três meses, e o que mais se viu até agora foi aumento de gastos e previsões cada vez piores para o deficit público.
Brasília, 07h01min