Foi ela quem o convenceu a colaborar com as investigações conduzidas pela Polícia Federal tanto no que se refere às joias desviadas pelo presidente Jair Bolsonaro quanto na organização de movimentos golpistas.
Para Gabriela, passou da hora de o coronel, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, entregar o que sabe, “devido ao inferno que toda a família está vivendo”, como desabafa ela a amigos próximos.
Acordo fechado
A decisão de Mauro Cid de colaborar com a Polícia Federal foi fechada na segunda-feira (28/08), durante o depoimento que ele concedeu, de quase 10 horas. Ainda não se sabe se essa colaboração pode ser entendida como uma delação premiada.
A mudança de postura de Mauro Cid começou depois que Gabriela procurou o atual advogado de defesa do marido, o criminalista Cezar Bitencourt. Ela decidiu assumir pessoalmente toda a negociação para que o coronel receba a menor pena possível.
Gabriela sabe que sofrerá todo tipo de ataque por parte da família Bolsonaro e de aliados do ex-presidente, mas decidiu comprar a briga, pois o marido e toda a família dele estão expostos todos os dias na mídia, um custo pesado demais.
Apoio do sogro
A mulher de Mauro Cid tem o apoio do sogro, o general Lourena Cid, que também está sob investigação da Polícia Federal, acusado de repassar US$ 25 mil (quase R$ 125 mil) ao ex-presidente, referente à venda, nos Estados Unidos, de joias doadas à União pelo governo da Arábia Saudita.
A decisão de Mauro Cid de colaborar com a Polícia Federal está causando frisson entre aliados de Bolsonaro, que duvidavam que o ex-ajudante de ordens fosse abrir a boca e revelar tudo o que sabe. Eles não contavam com a ação de Gabriela para convencer o marido a virar o jogo.