MP pede mais 15 dias para definir sobre punição a dono do JBS

Publicado em Economia

O Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF/DF) pediu hoje à Justiça mais 15 dias de prazo para se manifestar e apresentar novos elementos sobre o retorno das medidas cautelares impostas ao empresário Joesley Batista, do Grupo J&F, que controla o JBS, e ao presidente da Eldorado Celulose, José Carlos Grubisich Filho. Os dois executivos são investigados na Operação Greenfield, que apura fraudes em fundos de pensão de estatais.

 

No ano passado, eles haviam firmado um termo de ciência e compromisso com o MPF, garantindo que não atrapalhariam as investigações, o que levou à suspensão de medidas, como o bloqueio de bens, pela Justiça. O MPF entende, porém, que o termo estava sendo descumprido e, no início do mês de março, pediu a volta das medidas restritivas, como a retenção de R$ 3,8 bilhões equivalentes a prejuízos causados a fundos de pesão.

 

Na avaliação do Ministério Público Joesley Batista estaria violando “os deveres anexos à boa-fé processual”, o que o empresário nega de forma veemente. No início do mês, o procurador Anselmo Henrique Cordeiro Lopes, do Distrito Federal, pediu à Justiça que proibisse os dois investigados de se falarem, o bloqueio das ações de Joesley na J&F; o bloqueio dos bens, ativos, contas bancárias, títulos mobiliários e investimentos de Joesley e Grubisich no valor de até R$ 3,8 bilhões e a suspensão de qualquer função de direção de ambos nas empresas.

 

À época, o procurador disse que a J&F formou um grupo para uma auditoria independente com pessoas envolvidas nas investigações, entre elas o próprio Grubisich, acabando com qualquer credibilidade do processo. Para ele, a auditoria serviu, na verdade, para omitir erros e ilicitudes cometidos anteriormente. O MP destacou ainda que teria havido uma manobra para favorecer um outro envolvido nas investigações, Mario Celso Lopes, da Eucalipto Brasil, com o objetivo “de comprar o seu silêncio”. Mario Celso era sócio de Joesley na Eldorado, empresa que ajudou a fundar.

 

Brasília, 19h30min