Pelos dados da ANS, 2019 terminou com 47,039 milhões de planos ativos, com recuo de 0,12% ante o ano anterior. Para as operadoras, mesmo pequena, a queda incomodou, pois mostra que algo está errado no setor. Não custa lembrar que, no Distrito Federal, o encolhimento foi bem maior: de 1%.
Segundo as operadoras associadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representam 40% do mercado, o resultado mostrado pela ANS é indicativo de que, ao contrário do que vinha ocorrendo, o mercado de trabalho, que foi positivo no ano passado, não será motor da recuperação da saúde suplementar.
Discussão
Em 2019, foram geradas, por exemplo, 16,2 mil vagas no Distrito Federal, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), enquanto o setor de saúde suplementar perdeu 9,3 mil beneficiários na capital do país.
“Fica claro que, para ampliar o acesso aos planos, será preciso mexer na oferta, abrindo mais opções para os usuários contratarem”, avalia Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde. A entidade defende a flexibilização de regras, com planos mais adequados às necessidades de cada um.
Segundo várias empresas, está pesado manter os planos de saúde de seus empregados. Em muitos casos, essa já é a segunda despesa do orçamento, atrás apenas as folha de salário. Para reverter esse quadro, é preciso rediscutir o setor de saúde suplementar. O Congresso não poderá se furtar dessa missão.
O pico do mercado de planos de saúde foi 2014, quando o setor contabilizou 50,5 milhões de beneficiários. Naquele período, o desemprego no Brasil estava abaixo de 5%. Em 2015, o país mergulhou na recessão e as demissões dispararam.
Brasília, 17h05min