Meirelles vence disputa e rombo das contas públicas em 2017 será de R$ 139 bilhões

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POR ROSANA HESSEL

 

O presidente interino, Michel Temer, ouviu os apelos da equipe econômica e sancionou um deficit de R$ 139 bilhões para 2017. Com isso, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, mostra aos investidores real compromisso do governo com o ajuste fiscal. O rombo será, segundo ele, muito menor do que os R$ 170,5 bilhões definidos para 2016.

 

Havia muitas dúvidas sobre a possibilidade de Temer ceder às pressões da ala política do Palácio do Planalto, que defendia uma folga maior para acomodar outras demandas, como renegociação de dívidas de estados e municípios. Tanto o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, quanto o senador Romero Jucá, ex-ministro do Planejamento, defendiam um saldo negativo maior, de pelo menos R$ 149 bilhões.

 

Aumento de impostos

 

Meirelles mostrou a Temer que, se nada fosse feito, o buraco nas contas do governo chegaria a R$ 194 bilhões no ano que vem. O presidente interino se convenceu de que o melhor seria optar por uma meta menor para resgatar a confiança. Mas, espertamente, deixou para depois de agosto, quando espera que o Senado já tenha aprovado o impeachment definitivo de Dilma Rousseff, o aumento de impostos, que, segundo técnicos da Fazenda, será inevitável.

 

“O deficit de R$ 139 bilhões representa compromisso muito forte com o ajuste fiscal, teremos redução muito importante de despesas, apesar do aumento obrigatório do buraco na Previdência Social”, diz Meirelles. Segundo o ministro interino do Planejamento, Dyogo de Oliveira, o buraco da Previdência em 2017 chegará a R$ 183 bilhões.

 

O deficit total do setor público será de R$ 143 bilhões, sendo R$ 139 bilhões do governo central, R$ 1 bilhão de estados e municípios e R$ 3 bilhões das estatais. O governo projeta crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017.