POR ANTONIO TEMÓTEO
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comemorou a alta de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2017. Para ele, a divulgação do resultado é histórica e mostra que, após dois anos, o Brasil deixou a pior recessão do século.
Conforme ele, milhões de brasileiros perderam os empregados, milhares de empresas quebraram e o Estado caminhou para a insolvência. “ O Brasil perdeu a confiança dos investidores e a confiança em si mesmo. O forte crescimento da economia neste início de ano é uma comprovação de que este processo já mudou”, disse.
Para o chefe da equipe econômica, entretanto, o trabalho ainda não está completo e a retomada do crescimento sustentável ainda depende de uma série de medidas. “Ainda há um caminho a ser percorrido para alcançarmos a plena recuperação econômica, mas estamos na direção correta”, comentou.
As afirmações de Meirelles fazem parte do script. Mais do que ninguém, ele sabe que o processo de recuperação da economia está na berlinda, diante da forte crise política e da paralisia das reformas no Congresso Nacional. O primeiro sinal de alerta foi emitido ontem pelo Banco Central (BC), em comunicado após reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Conforme a equipe de Ilan Goldfajn, a falta de clareza e a demora para aprovação da reforma da previdência e da reforma trabalhista podem impactar negativamente a inflação e a atividade econômica. E com isso, a queda de juros estaria ameaçada. Resta saber o que o governo fará para sair desse imbróglio.