Medo de Haddad diminui, dólar fecha abaixo de R$ 4 e Bolsa vai aos 80 mil pontos

Publicado em Economia

Depois de todo o estresse em torno de uma possível vitória de Fernando Haddad (PT) nas eleições presidenciais de outubro, os investidores baixaram as armas e já trabalham com a possibilidade de um governo moderado caso o petista saia vitorioso das urnas. Com isso, o dólar encerrou as negociações desta quinta-feira (27/09) abaixo de R$ 4 pela primeira vez desde 20 de agosto — cravou R$ 3,994, queda de 0,79%. Já a Bolsa de Valores de São Paulo subiu 1,71%, para os 80 mil pontos.

 

O clima mais amistoso do mercado, que, em grande maioria, ainda aposta na vitória de Jair Bolsonaro (PSL), foi impulsionado por bancos estrangeiros, como o Bank of America Merrill Lynch, que soltaram relatórios recomendando investimentos no Brasil. O argumento é de que diminuiu, consideravelmente, o risco de políticas radicais na economia, qualquer que seja o vitorioso nas urnas em outubro.

 

Na cabeça dos investidores, as reações negativas do eleitorado a medidas consideradas equivocadas, como a recriação da CPMF — medida proposta por Paulo Guedes, economista da equipe de Bolsonaro — indicam que não há espaço para estripulias. Se, na última hora, os eleitores perceberem que estão realmente embarcando em aventuras perigosas, pularão antes do barco e se apegarão ao bom-senso.

 

Para os analistas, é importante que os próximos e últimos dias de campanha, que os candidatos exponham mais seus pontos de vista para a economia, inclusive com propostas que levem ao equilíbrio das contas públicas e recoloquem o Brasil na rota do crescimento. “Estamos falando de projeto de poder. Nenhum governo conseguirá se sustentar se trazer de volta a inflação e não combater, efetivamente, o desemprego”, explica um executivo de um grande banco.

 

Aquele que vencer as eleições certamente vai trabalhar pela reeleição. E isso exigirá responsabilidade fiscal. Apesar desse discurso, os investidores estão cientes de que, mesmo com o tempo curto para o pleito, muita coisa pode acontecer e mudar o curso da disputa. A declaração do general Mourão, vice de Bolsonaro, de que o 13º é um jabuticaba e deveria acabar tem força suficiente para derrubar uma candidatura.

 

Brasília, 17h15min