O preconceito contra mulheres brasileiras em Portugal está incrustrado na sociedade local. É muito comum meninas e meninos nascidos no Brasil, mas vivendo em território luso, chegarem em casa chorando por serem confrontados por colegas portugueses.
Uma das perguntas mais comuns das crianças brasileiras quando deixam as escolas e encontram familiares é: “Mãe, você é puta?”. Nas discussões entre a garotada, a xenofobia, o racismo e a misoginia prevalecem.
Segundo a antropóloga Rita Cássia Silva e a assistente Social Evones Santos, infelizmente, a mentalidade colonizadora e preconceituosa tem passado de geração para geração, em vez de se instituir uma cultura de acolhimento e respeito.
As duas profissionais, que têm feito um trabalho importante no combate à xenofobia e ao racismo, preparam um relatório sobre a situação das mulheres brasileiras em Portugal. O documento será entregue à primeira-dama, Janja da Silva, à ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Um dos principais pontos de destaque nesse relatório será o grande número de mulheres brasileiras que vêm sendo afastadas do convívio de seus filhos. As crianças são levados para instituições sociais ou ficando sob a guarda de pais violentos.
O objetivo é que as autoridades brasileiras conversem com integrantes do governo de Portugal para que o Estado seja descontaminado do preconceito. As mulheres que emigram do Brasil não podem ser discriminadas pelo simples fato de serem brasileiras.