O governo já identificou pelo menos 15 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em cargos de chefias da Abin. Há casos, inclusive, de superintendentes regionais que fizeram campanha para Bolsonaro, repassando mensagens em grupos de servidores da agência chamando Lula de “ladrão”. Esses registros já estão com auxiliares do petista.
Há focos de bolsonaristas, principalmente, no Paraná, em Pernambuco e em São Paulo. Auxiliares de Lula já identificaram uma servidora que acobertou um subordinado que atacava o petista constantemente. Ela está cotada para ser adida na Embaixada do Brasil em Paris, um cargo cobiçadíssimo.
Lula acredita que este é o momento certo para fazer as trocas na Abin. Há um lobby já construído para que o atual diretor-adjunto da agência, Marco Cepik, seja o sucessor de Corrêa. Contudo, o presidente resiste. Quer avaliar outros nomes para não ser novamente surpreendido.
Corrêa é amigo pessoal de Lula. O presidente foi muito próximo do pai do atual diretor-geral da Abin. Por isso, vinha resistindo em destitui-lo do cargo. “Corrêa pode receber uma missão especial de Lula, como a de voltar para São Paulo e acompanhar de perto o que realmente está acontecendo nas forças de segurança subordinadas ao governador Tarcísio de Freitas”, diz um técnico do Planalto.
As apostas são de que todas as mudanças na Abin ocorrerão nas próximas três semanas.