Apesar das declarações veementes do presidente Michel Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, contra o reajuste dos salários do ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ex-presidente da Corte, continua se movimentando para que o aumento seja ratificado pelo Senado. Falta apenas a aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e do plenário. A correção das remunerações, de 16%, se aprovada, custará R$ 5 bilhões até 2019 à União.
Para não alimentar o debate contrário ao aumento salarial, publicamente, Lewandowski tem procurado a discrição. Quando questionado sobre o tema, ele diz que o Congresso é “soberano” para aprovar ou não o reajuste aos ministros do Supremo. “O parlamento é soberano para decidir sobre isso. Nós temos a iniciativa legislativa do Supremo, não do presidente, em que calculamos quanto nós perdemos (para a inflação). Depois, o Executivo diz o que pode pagar”, afirma.
O governo esperava que, durante a posse na presidência do Supremo, a ministra Cármen Lúcia se posicionasse oficialmente contra o aumento de salários. Mas não o fez, ainda que, nos bastidores, tenha detonado as negociações feitas por Lewandowski. Parte da base aliada do governo, liderada pelo PSDB, é contra a correção dos subsídios do Supremo.
Brasília, 15h01min