Em entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, Ferreira reconheceu que os juros cobrados dos consumidores brasileiros são elevados demais não apenas por causa de questões estruturais, com o grande deficit fiscal, mas também pela elevada inadimplência e pelas dificuldades que os bancos têm para recuperar os bens financiados e não pagos. De cada R$ 1 emprestado, somente R$ 0,50 é recuperado. “Temos que melhorar o sistema de garantias do crédito”, afirma. Na avaliação dele, do jeito que o sistema está estruturado, o bom pagador paga pelo cliente de histórico ruim.
Ferreira destacou que o BC já conseguiu avanços importantes na questão dos juros ao consumidor. Ressaltou que, entre dezembro de 2016 e setembro deste ano, a taxa média cobrada no rotativo do cartão de crédito caiu de 431% para 227% ao ano. “Ainda é muito alto, mas já houve avanços”, frisou. Para ele, à medida que as condições de mercado forem melhorando, mais rapidamente os bancos vão repassar para os consumidores à queda da taxa Selic, de 14,25%para 7,25% ao ano, usada para formar os juros ao consumidor.
O diretor do BC chamou ainda a atenção para o elevado custo de fabricação de cédulas e moedas, que estão em falta. Neste ano, serão destinados R$ 600 milhões para ampliar a oferta de notas e moedas. Mas, no entender de Ferreira, é preciso que as pessoas não guardem as moedas em casa, nos cofrinhos, que façam elas circularem para acabar com a falta de troco que tanto aflige o comércio. “Custa muito caro fabricar dinheiro no Brasil”, disse. Ele lembrou que o BC recebeu autorização para importar cédulas e moedas, uma forma de driblar o monopólio da Casa da Moeda.
Brasília,