Juízes e advogados poderão comprar até 600 munições para armas por ano

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LEONARDO CAVALCANTI

O Exército, com aval do presidente Michel Temer, vai divulgar, na próxima semana, a atualização da R-105, regulamentação que trata de todos os produtos controlados que podem circular pelo país. A lista inclui armas de fogo, blindados, dinamites, munições.

Uma das decisões já tomadas prevê que juízes e advogados devidamente registrados da OAB poderão comprar até 600 balas por ano para revólveres. Hoje, o limite é de 50 munições. Com isso, teremos magistrados e advogados superarmados transitando pelo país. Ele alegam que, hoje, estão desprotegidos ante os ataques que vêm sofrendo. A queixa parte, sobretudo, dos juízes.

A lei prevê, no entanto, que esses juízes e advogados devem ter porte de arma autorizado pela Polícia Federal. Nos últimos oito anos, o número de autorizações para posse de armas de fogo por pessoas físicas praticamente triplicou. Passou de 12 mil para 33 mil. Por dia, em média, foram liberadas 66 armas nesse período, como mostrou o Correio na edição de domingo, 11.

Fábrica estrangeira

A atualização da R-105 trará, também, a liberação para que empresas estrangeiras possam produzir armas no Brasil, desde que todo o processo seja realizado no país. O governo não quer que se instalem por aqui firmas apenas especializadas em montagem de produtos, com todas as peças sendo importadas. Tal iniciativa, por sinal, também foi antecipada pelo Correio.

A modernização da R-105 faz parte da importância que o governo está dando à segurança pública. O tema se tornou prioridade para o presidente Temer. A possibilidade da instalação de fabricantes de armas de fogo no país (a Taurus domina praticamente todo o mercado interno) estava empacada no meio de um vaivém entre o Ministério da Defesa e a Casa Civil.

Agora, porém, Temer pediu prioridade ao assunto é já comunicou ao Exército a disposição em modernizar a R-105. A argumentação é de que o Brasil precisa estar mais próximo do que ocorre no mundo desenvolvido em termos de segurança e defesa.

Brasília, 18h35min

Vicente Nunes