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Itaú Unibanco melhora previsão do PIB, mas piora estimativas fiscais

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

O Itaú Unibanco acaba de revisar as projeções macroeconômicas e alertou para a piora no cenário fiscal diante do pacote de “bondades” eleitoreiras do governo Jair Bolsonaro que estão na Proposta de Emenda à Constituição nº1/2022, a PEC Kamikaze, em tramitação no Congresso. O banco privado melhorou as estimativas para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1,6% para 2%, mas manteve em 0,2% a previsão de alta do PIB em 2023.

 

“A sustentabilidade fiscal está voltando a ser um desafio relevante. Não se trata de uma preocupação com números fiscais de curto prazo, e sim com a trajetória que parece estar contratada para o futuro. O próximo governo terá que definir sobre a continuidade dos auxílios que serão implementados no segundo semestre deste ano, além do arcabouço fiscal que será válido à frente, em uma economia emergente com dívida pública alta e juros elevados”, destacou o documento divulgado pela equipe liderada pelo economista-chefe Mario Mesquita.

 

A instituição prevê rombo fiscal de 0,4% do PIB neste ano. Antes, a estimativa era zero. E, para 2022, o deficit primário foi ampliado de 0,1% para 1,5% do PIB. Com isso, a dívida pública bruta, pelas projeções da instituição financeira, passará de 79% do PIB, neste ano para 84% do PIB, em 2023.

 

“A ampliação do pagamento de benefícios sociais no segundo semestre deve impactar positivamente a economia no período. Com isso, revisamos nossa projeção de crescimento do PIB”, destacou o documento. O banco reduziu de 11% para 10,5% a previsão para a taxa de desemprego deste ano, devido aos dados mais fortes do mercado de trabalho,” juntamente com a melhor perspectiva para o PIB deste ano”. Para 2023, a estimativa para a taxa de desocupação é de aumento, para 11,2%. A previsão anterior era de uma taxa de 12,3%.

 

O Itaú Unibanco também reduziu de 7,5% para 7,2% a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial de 2022, devido às diversas medidas de redução de tributos sobre os preços de combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. E, para 2023, a previsão de alta de 5,6% no IPCA foi mantida, ou seja, a inflação continuará acima do teto da meta por três anos seguidos.

 

O banco ainda espera que o Banco Central eleve a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,25% ao ano, para 13,75%. E, para 2023, a projeção é de cortes apenas na segunda metade do ano, para 9,75% anuais.​​​​​