Crédito: Reprodução/Internet. Linha de transmissão da Eletrobrás. Crédito: Reprodução/Internet

IPCA sobe 0,87% em agosto e acumula 9,96% em 12 meses

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

A carestia não dá trégua ao bolso do brasileiro, puxada pelas altas nos preços da energia, principalmente. O indicador da inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,85% no mês de agosto, na comparação com o mês anterior, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (9/9). Apesar de o indicador ter desacelerado e ficado 0,09 ponto percentual abaixo da taxa de 0,96% registrada em julho, essa foi a maior variação para o mês de agosto desde 2000.

 

No ano, o IPCA acumula alta de 5,67% e, nos últimos 12 meses, de 9,68%, acima dos 8,99% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em agosto de 2020, a variação mensal foi de 0,24%. Esse resultado confirma estimativas de analistas para o IPCA de setembro, que, devido ao reajuste de 50% na bandeira tarifária da conta de luz, que passou a vigorar neste mês, deverá fazer o indicador ultrapassar 10% ao ano no acumulado em 12 meses.

 

A alta ficou acima das expectativas do mercado, cuja mediana das estimativas do mercado estava em 0,60%, conforme dados do boletim Focus, do Banco Central.  Esse dado era maior do que o previsto quatro semanas atrás, de 0,44%.

 

A energia elétrica continua sendo um dos vilões dessa carestia, junto com a gasolina, mas a alta dos preços medida pelo IBGE foi generalizada. Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em agosto. A maior variação, de 1,46% e o maior impacto, de 0,31 ponto percentual vieram dos Transportes. A segunda maior contribuição, de 0,29 ponto percentual, veio do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 1,39%, que acelerou em relação ao mês anterior, quando subiu 0,60%. Na sequência, veio Habitação, com alta de 0,68% e contribuição de 0,11 ponto percentual, resultado que ficou abaixo do registrado em julho (alta de 3,10%). O grupo de Vestuário apresentou alta de 1,02%. Já o de Saúde e cuidados pessoas tiveram deflação de 0,04%.

 

A forte alta do grupo transportes foi influenciada por conta da alta dos combustíveis, que acelerou 2,96% em agosto frente à alta de 1,24% no mês anterior. A gasolina, que em alguns estados já supera os R$ 7 por litro, subiu 2,80% e apresentou maior impacto individual, de 0,17 ponto percentual no IPCA. Na sequência, o segundo maior impacto foi o preço de automóveis novos,  empatado com a energia elétrica residencial. Ambos tiveram impacto de 0,05 ponto percentual, cada, no IPCA. As contribuições negativas no IPCA foram do arroz, de -0,01 ponto percentual, de produtos de higiene pessoal, de -0,02 ponto, de taxas de água e esgoto, de -0,02, ponto, e de passagens aéreas, de -0,04 ponto.

 

Os alimentos com maiores variações nos preços está o pimentão, com altas de 58,18% no ano e de 59,47%. A carne, com variação de 8,75% no ano, acumula elevação de 30,77% em 12 meses. Outro destaque é o açúcar refinado com altas de 27,11% e de 37,74%, respectivamente.

 

Todas as capitais pesquisadas apresentaram variação positiva em agosto, de acordo com o IBGE. O maior percentual foi registrado em Brasília, com alta de 1,40% em agosto, dado influenciado pelas altas nos preços da gasolina, de 7,76% e da energia elétrica, de 3,67%. O preço da gasolina teve a maior variação na capital federal, assim como o etanol, que registrou elevação de 7,09% em agosto. Já o menor resultado para o IPCA ocorreu na região metropolitana de Belo Horizonte, de 0,43%, por conta da queda nos preços das passagens aéreas, (-20,05%) e da taxa de água e esgoto (-13,73%).