Com duas pesquisas apontando crescimento nas intenções de votos de Jair Bolsonaro (PSL), os investidores reforçaram as apostas na vitória do candidato. Desde a abertura dos negócios desta quarta-feira (03/10), o dólar apontou para baixo, e, por volta das 11h25, era negociado a R$ 3,84, com baixa de 2,36%. Já o Ibovespa, o principal índice de lucratividade das ações mais negociadas no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), mostrava valorização superior a 3%, nos 84.133 pontos.
Bem antes da abertura dos mercados, os analistas destrinchavam os números e perceberam que as mulheres, grupo que reúne o maior contingente de indecisos, entraram com tudo na campanha de Bolsonaro. Desde a última sexta-feira (28/09), elas adicionaram mais de 7 milhões de votos ao capitão da reversa.
Entre os oponentes de Bolsonaro, sobretudo no PT, havia a expectativa de que o movimento #EleNão fosse agregar mais votos a Fernando Haddad. Não foi o que aconteceu. A onda foi contrária, e as mulheres, sobretudo as da nova classe média, que ascenderam socialmente no governo Lula, passaram a apoiar o presidenciável do PSL.
Bolsonaro não é o candidato dos sonhos do mercado financeiro. Contudo, entre ele e Fernando Haddad, os donos do dinheiro preferem a política mais liberal do capitão da reserva, representada pelo economista Paulo Guedes, que, há mais de 30 anos, tenta fazer parte de uma equipe econômica mas não consegue.
Na campanha de Bolsonaro, a torcida é para que, com a onda que tomou conta das periferias das grandes cidades, o candidato consiga crescer mais 12 pontos percentuais até domingo, 7 de outubro, dia da votação, para liquidar a fatura no primeiro turno. Não à toa, aumentou a expectativa em torno da nova pesquisa do Ibope, que será divulgada na noite desta quarta-feira.
Se vencer no primeiro turno, Bolsonaro quebrará um jejum que não se vê desde a eleição de Fernando Henrique Cardoso. Os adversários de Bolsonaro acreditam que o voto útil levará a eleição para o segundo turno. Apostam que os eleitores se darão mais um tempo para avaliar o que realmente é melhor para o Brasil.
Brasília, 11h27min