Integrantes do Planalto admitem que Doria está vencendo Bolsonaro na guerra das vacinas

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Com discrição, para não serem punidos, assessores do presidente Jair Bolsonaro admitem que ele está perdendo a guerra das vacinas para o governador de São Paulo, João Doria. Não por acaso, o governo federal quer, agora, assumir o controle sobre a distribuição dos imunizantes contra a covid-19.

Nas pesquisas internas de opinião e com base em manifestações colhidas nas redes sociais, o Planalto identificou que Doria assumiu o comando dos debates sobre as vacinas contra a covid-19 ao marcar data (25 de janeiro de 2021) para o início do processo de imunização em São Paulo.

Ao assumir a responsabilidade de proteger os paulistas, Doria escancarou a falta de estratégia do governo federal para enfrentar a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. A situação ficou pior para Bolsonaro porque ele simplesmente ignorou a importância de o governo federal apresentar um programa nacional de imunização.

O despreparo do governo ganhou ainda mais relevância diante dos desencontros de informações dadas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que, ao aceitar as loucuras do chefe, meteu os pés pelas mãos e perdeu o pouco da credibilidade de que ainda dispunha.

Segundo assessores do Planalto, são muitas as declarações coletadas de que, se São Paulo começar a vacinação antes dos demais estados, muita gente vai se deslocar para a região comandada por Doria. Isso, inclusive, está assustando vários governadores.

Agora, no desespero, o governo admite que pode editar uma Medida Provisória para “centralizar” a distribuição de vacinas. Doria, que de bobo não tem nada, já classificou essa centralização de “confisco de vacinas” e, mais uma vez, está nadando de braçada ante o despreparo de Bolsonaro.

Brasília, 17h21min

Vicente Nunes