Infraero venderá 49% que detém em aeroportos privados

Publicado em Economia

SIMONE KAFRUNI

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse, nesta terça-feira (26/2), que a participação da estatal Infraero nos aeroportos já concedidos será vendida antes mesmo de o governo tocar as próximas rodadas de concessão de terminais.

 

“Vamos vender. Isso tem um custo horroroso para nós, porque aportamos dinheiro e não temos controle nenhum. O mais prudente a se fazer é vender essas participações”, explicou, ao deixar a comissão de infraestrutura do Senado, após uma longa audiência.

 

Freitas não pretende nem aguardar o próximo leilão de três blocos de 12 aeroportos, marcado para 15 de março. “Vamos fazer já. Vamos começar a estudar agora, fazer o valuation (avaliação do ativo) para colocar no mercado logo. Não temos tempo”, destacou. A estatal tem 49% de participação nas concessões dos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Galeão (RJ) e Brasília (DF).

 

“O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse que os 49% que a estatal detêm representam “um custo horroroso” para os cofres públicos e que vai se desfazer o quanto antes”

 

Após a venda dessas participações, o governo vai estudar o futuro da Infraero. “Com certeza, vai reduzir de tamanho. Daí, vamos ver qual é a nova vocação da empresa”, disse. Conforme o ministro, a Infraero vai deixar de fazer administração de aeroportos. “Vamos ver se tem condição de fazer serviços, fazer projetos ou dar assistência à aviação regional. Isso vai ser avaliado oportunamente”, garantiu.

 

É uma questão sensível, segundo Freitas, assim como a extinção ou não da Valec, a estatal ferroviária. O assunto gerou polêmica e manifestação de servidores na audiência desta tarde no Senado. “Uma coisa é certa, a concessão de aeroportos deu muito certo.

 

As obras dos últimos aeroportos concedidos — Porto Alegre, Fortaleza, Florianópolis e Salvador — estão com os cronogramas sendo cumpridos. Em outubro vamos inaugurar tudo”, disse. O resultado será maior oferta de voos. “Isso representa menos custo. As empresas e os investidores precisam perceber isso para que a gente tenha mais voos disponíveis”, afirmou.

 

A próxima concessão aeroportuária será em três blocos: Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, com um aeroporto maior e outros pequenos em cada uma das regiões. A estimativa é de investimento de R$ 3,5 bilhões e vencerá quem oferecer a maior outorga.

 

Brasília, 19h02min