IBGE corrige PIB de 2019 e alta passa para 1,1% para 1,4%

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ROSANA HESSEL

Além de apresentar os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2020, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou os resultados das contas nacionais de 2019. Com isso, a alta do PIB do ano passado foi corrigida de 1,1% para 1,4%, desempenho inferior ao avanço também revisado do PIB de 2018, de 1,8%.

Logo, o novo dado continua mostrando uma desaceleração da economia brasileira no governo Jair Bolsonaro mesmo antes da pandemia, contrariando o discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o PIB estava “decolando” no primeiro ano do governo mas foi abatido pela covid-19. As maiores revisões ficaram com investimentos e consumo das famílias, cuja altas de 2,2% e 1,8% passaram para 3,4% e 2,2%, respectivamente. Já o desempenho da agropecuária e da indústria foram revisados para baixo, com as taxas de crescimento em 2019 passando de 1,2% e 0,5% para 0,6% e 0,4%, respectivamente.

O consumo do governo, com queda de 0,4% ficou inalterado e a taxa de avanço nos serviços passou de 1,3% para 1,4%. O recuo das exportações foi corrigido para 0,4% e as importações, com alta de 1,1%, não foram alteradas.

Retorno ao patamar de 2017

O PIB do terceiro trimestre cresceu 7,7% no terceiro trimestre, na comparação com o segundo trimestre, maior variação desde o início da série em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemia, de acordo com IBGE, que atualizou as quedas do primeiro e do segundo trimestres para 1,5% e 9,6%. Antes, as quedas eram de 2,5% e 9,7%, respectivamente Na comparação anual, o recuo do PIB ficou em 3,9% e a economia continua abaixo do patamar pré-crise registrando queda de 4,1% em relação aos últimos três meses de 2019.

O dado do IBGE ainda mostra que a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

“Crescemos sobre uma base muito baixa, quando estávamos no auge da pandemia, o segundo trimestre. Houve uma recuperação no terceiro, contra o segundo trimestre, mas se olharmos a taxa interanual, a queda é de 3,9% e no acumulado do ano ainda estamos caindo, tanto a Indústria quanto os serviços. A agropecuária é a única que está crescendo no ano, muito puxada pela soja, que é a nossa maior lavoura”, destacou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em comunicado do instituto.

Vicente Nunes