A Justiça da Hungria autorizou a extradição de Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, para a Bélgica. Conhecido como o “Escobar brasileiro”, numa alusão ao traficante Pablo Escobar, que tocou o terror na Colômbia, o paranaense é apontando como um dos principais narcotraficantes do mundo, responsável pelo abastecimento de cocaína na Europa, nos Estados Unidos, na África e na Ásia.
A Polícia Federal vinha tentando que o criminoso, preso desde junho do ano passado em Budapeste, fosse transferido para o Brasil, mas a juíza húngara Judit Varga optou por atender o pleito do sistema de segurança da Bélgica, que, como a Hungria, faz parte do Espaço Schengen, que agrega países da União Europeia.
Antes de ser preso na Hungria, o brasileiro vivia numa mansão avaliada em 2 milhões de euros (R$ 11 milhões) na cidade de Marbella, no sul da Espanha, escondido sob uma identidade falsa. Ele se apresentava como Paul Wouter, empresário nascido no Suriname. O narcotraficante chegou a ser preso pela polícia espanhola, como se fosse Wouter, pagou fiança e foi solto.
Para tentar pôr fim às investigações, comparsas do ex-major encaminharam um atestado de óbito fraudulento ao Tribunal de Justiça da Espanha afirmando que o empresário do Suriname havia morrido de covid-19. Foi a Polícia Federal do Brasil que esclareceu às autoridades espanholas que Paul Wouter e o “Escobar brasileiro” eram a mesma pessoa e que o traficante estava vivo.
Apesar da decisão da juíza húngara ter optado por transferir o bandido brasileiro para a Bélgica, tanto a PF brasileira quanto as autoridades de Portugal, onde o ex-policial é acusado de ser o dono de um avião apreendido com 580 quilos de cocaína, vão pressionar para que ele cumpra prisão em seus países. Os Estados Unidos também cobram a extradição de Sérgio Roberto de Carvalho por tráfico internacional.