O Hospital das Forças Armadas (HFA), que está com 90% de ocupação na sua Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), contratou um contêiner para estocar corpos de pessoas mortas pela covid-19 porque a legislação determina que cadáveres com doenças contagiosas, como a covid-19, fiquem acondicionados em separado.
É o que informa o Ministério da Defesa, ao qual o HFA está subordinado, em nota encaminhada do Blog nesta segunda-feira (08/03). O contêiner, acrescenta, foi contratado em setembro de 2020, mas, com a disparada dos casos de covid-19 no Distrito Federal, tornou-se indispensável, pois o atual necrotério não suporta tantos corpos. Veja a íntegra da nota:
” O Ministério da Defesa informa, por meio do Hospital das Forças Armadas (HFA), que a taxa de ocupação atual é de 90% na UTI. O HFA é um hospital de referência no tratamento do Coronavírus e tem participado ativamente do tratamento da Covid-19 nos níveis ambulatorial e de pronto atendimento. As internações são no nível enfermaria e UTI.
No que se refere ao necrotério, o serviço de anatomia patológica, construído para atender as demandas da década de 1970, é pequeno e já necessitava de reforma e ampliação desde 2015. Assim, desde setembro de 2020, foi contratado um container frigorífico para assegurar tratamento condizente à demanda. A locação do contêiner permite atender a legislação, que determina que os corpos de doenças infectocontagiosas sejam acondicionados em separado e com refrigeração adequada.”
A covid-19 está fora de controle em todo o Distrito Federal. Tanto os hospitais da rede pública quanto os privados trabalham com quase 100% de lotação nas UTIs. O DF contabilizou 12 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 4.962 vidas perdidas. Foram registrados, também em 24 horas, 874 novos casos, que somam 306.251.
A gravidade da situação deixou até os militares mais radicais, apoiadores incondicionais do presidente Jair Bolsonaro, assustados. Em grupos de mensagens, admitem que a situação é dramática. No HFA, o colapso pode ocorrer a qualquer momento se nada for feito urgentemente para conter a disseminação do novo coronavírus.
Brasília, 12h55min