ROSANA HESSEL
Os maiores bancos privados nacionais, Itaú Unibanco e Bradesco, apostam que, na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai reduzir a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,5 ponto percentual, para 4,5% ao ano, nova mínima histórica. Atualmente os juros básicos estão em 5% anuais.
A última reunião do Copom no ano acontece nos dias 10 e 11 deste mês. Apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter encerrado novembro com alta de 0,51%, acima da expectativa do mercado, o Bradesco acredita que isso não deverá impedir que os diretores do BC realizem o corte esperado na Selic, porque os núcleos de inflação se encontram “confortáveis” entre 2,5% e 3%.
“Algumas mudanças marcaram o cenário econômico no último mês. Enquanto o crescimento continuou ganhando tração, o real se desvalorizou e a inflação foi afetada por diversos choques”, informou o Bradesco, que prevê a Selic em 4,25% anuais, no fim de 2020. Pelas novas projeções do banco, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá avançar 2,5% no ano que vem. Antes, essa previsão era de 2,2%. A instituição elevou de 0,9% para 1,2% a estimativa de avanço do PIB neste ano.
As apostas do Itaú são de continuidade no ciclo de cortes da Selic considerando um cenário de inflação e câmbio constantes. “Não vemos risco de inflação excessiva no horizonte relevante para a política monetária, mesmo considerando um cenário de continuação de retomada da atividade econômica, os choques de preços recentes e o câmbio em um patamar mais depreciado”, informou o banco. A instituição calcula que a Selic encerrará em 4% ao ano, em 2020.