Governo vai “discutir relação” com DEM, PP, PL e Republicanos para alinhar construção da base

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RODOLFO COSTA

O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, vai se reunir nesta quarta-feira (11/9) com líderes partidários de quatro das maiores bancadas da Câmara. Ele vai passar a tarde inteira na liderança do governo na Casa conversando com parlamentares para “discutir a relação” e propor um alinhamento, a fim de discutir a composição de uma base de apoio formal. Até o momento, estão confirmadas reuniões com os líderes do DEM, Elmar Nascimento (BA), do PP, Arthur Lira (AL), Wellington Roberto (PL), e do Republicanos, Johnathan de Jesus.

As conversas serão acompanhadas pelo líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), a quem Ramos apresentará como homem de confiança para filtrar as demandas apresentadas pelos líderes. Ao Blog, o ministro confirmou que será o parlamentar o responsável por dialogar emendas e cargos na Casa. Antes, essa articulação vinha sendo conduzida pela líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), que seguirá prestigiada, mas conduzindo apenas as interlocuções em sessões de Congresso, comissões mistas de Medidas Provisórias (MPs), e votações de Projetos de Lei do Congresso Nacional (PLNs).

O ministro negou desavenças e disse que os dois estão se dando bem sob as novas ordens. Para Vitor Hugo e Ramos, será a chance de colocar sob a mesa, com transparência, os instrumentos republicanos de articulação política — cargos e emendas de bancada — e manifestar as contrapartidas do governo. Que não são muitas. Como em um bom relacionamento, o Executivo quer comprometimento e fidelidade das bancadas na Câmara.

Veto

Ao Blog, o ministro exemplificou os “termos” exigidos pelo governo ao lembrar da votação do veto presidencial sobre a criminalização da divulgação da divulgação de denunciações caluniosas — as chamadas fake news — com finalidade eleitoral. Apreciado em 28 de agosto, o trecho rejeitado pelo presidente Jair Bolsonaro da Lei 13.834/2019 foi derrubado pelo Congresso por uma ampla maioria de parlamentares que são beneficiados por cargos e tiveram suas bases eleitorais atendidas por meio de emendas parlamentares de bancada — que o governo não é obrigado a executar — e as impositivas — que é obrigado a pagar.

A derrubada do veto gerou um incômodo. A Secretaria de Governo contabilizou que votaram contra o Planalto mais parlamentares prestigiados pelo Executivo do que em relação à reforma da Previdência. “Vamos conversar e discutir a relação. Não podemos dar o melhor dos mundos e não ter comprometimento com o governo, votar com a cabeça em um projeto de interesse do governo. Os caras derrubaram o veto e bateram palmas. Em uma relação sincera, não pode ter as benesses só quando lhe interessa”, justificou Ramos.

Relacionamento

O ministro mostrou, no entanto, confiança em relação ao relacionamento com as bancadas. Ressaltou que as conversas fazem parte do mesmo diálogo que teve na tarde desta terça-feira (10/9), quando se reuniu com a bancada do PSL. “O presidente é do PSL, então o partido merece a deferência. Ele é da casa e não houve priorização em emendas e cargos. Temos que dar a atenção que merecem, dando sinais de atenção e carinho”, explicou.

A mesma deferência será feito a outras bancadas, em um gesto importante para construir a base governista. “Amanhã a tarde estarei na liderança do governo na Câmara. Conversarei com cada líder feito um alinhamento. Vou falar com o Elmar Nascimento (DEM-BA), com o Arthur Lira (PP-AL), o Wellington Roberto (PL-PB), e o Johnathan de Jesus (Republicanos-RR)”, afirmou.

Vicente Nunes