Diante da crise política que não dá trégua, com a cúpula do PMDB no alvo da Lava-Jato, o presidente interino, Michel Temer, cogita adiar o envio do projeto de reforma da Previdência ao Congresso. O discurso já está pronto: a necessidade de um amplo debate para se chegar a um consenso com a sociedade.
A princípio, as centrais sindicais ficaram de apresentar suas sugestões para a reforma até 3 de junho. A partir daí, o governo fecharia o projeto que seria encaminhado ao Congresso no dia 10 ou no dia 13 de junho. Esse prazo, contudo, pode ser dilatado.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admite que não há nenhum problema nisso, desde que se chegue a um consenso que tenha como objetivo principal conter a escalada do rombo no caixa da Previdência Social. Meirelles afirma, no entanto, que não se pode estender demais a discussão. A Previdência precisa de uma solução. O déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) neste ano deve chegar a R$ 146 bilhões, quase o triplo do observado em 2104.
A prioridade do governo neste momento é aprovar no Congresso a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que limitará o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano interior. Também haverá empenho especial para passar em plenário o projeto que amplia a desvinculação de receitas do Orçamento da União. Atualmente, 90% das despesas são carimbadas. “Vamos priorizar o que já está no Congresso. Vamos gastar energia com o que é mais urgente neste momento. A reforma da Previdência vai andar, mas sem muita pressa”, ressalta um dos mais próximos auxiliares de Temer.
Brasília, 19h05min