Governo sinaliza reestruturação na Presidência para evitar imagem de desidratação da Casa Civil

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RODOLFO COSTA

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, permanece no cargo até segunda ordem. Apesar da fritura sofrida com a desautorização de nomeações feitas nos últimos dias, como a do ex-secretário-executivo, Vicente Santini, para um cargo na pasta, além da transferência do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para o Ministério da Economia, o auxiliar continua. A promessa é de que haverá uma reestruturação dentro da Presidência da República, da qual ele receberá algumas estruturas, a fim de não ficar com poderes totalmente desidratados.

A reformulação interna começou a ser discutida ao fim de 2019, mas os ajustes ficaram para este ano, aponta um interlocutor governista ao Blog. “A priore, ainda não está fechadas quais estruturas ficarão com o Onyx, mas haverá uma modulação interna para readequar e impedir que ele fique sem poderes”, ponderou. Uma das pastas que deve ficar com Lorenzoni é a secretaria anunciada por ele mesmo que ficará encarregada das articulações para a inserção do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Nos corredores do Palácio do Planalto, assessores dizem que o momento é de sentar e realinhar, não de falar em ajuste no comando da Casa Civil.

O momento, contudo, não é de demissão, pondera um desses assessores. “Já houve desgaste demais com coisas moralmente ruins, mas insuficientes para derrubar o Onyx”, analisou, embora reconheça o estremecimento na relação. “Abalada ela já está. Fica inconveniente, a ser avaliada, mas não é o momento para se falar em demissão do Onyx, no máximo um realocamento”, alertou.

Vicente Nunes