Governo mantém projeção de queda do PIB, mas eleva a de inflação

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ROSANA HESSEL

As projeções dos indicadores macroeconômicos de 2020 do governo e que servirão de base para o próximo relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas foram mantidas, conforme relatório da Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Fazenda. Contudo, os técnicos elevaram as estimativas para a inflação deste ano.

A previsão de queda de 4,7% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 foi mantida. A expectativa de crescimento em 2021, de 3,2%,  também não foi alterada. A única mudança na grade ocorreu na projeção de 2022, que passou de 2,6% para 2,5%. Mesmo percentual para 2023 e para 2024.

“Observamos que apesar do resultado do PIB do 2º trimestre ter sido abaixo do projetado na última grade, os indicadores coincidentes de atividade sugerem uma retomada mais robusta do crescimento no segundo semestre de 2020”, destacou a nota.

A expectativa para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), aumentou de 1,63% para 1,83%. Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), base para o reajuste do salário mínimo que está na proposta do orçamento, passou de 2,09% para 2,35%.

Se esse dado for confirmado, o valor do piso salarial precisará ser alterado para R$ 1.070, mas é possível que a inflação ainda continue subindo devido a escalada dos preços dos alimentos. Na peça orçamentária enviada pelo Executivo ao Congresso no fim de agosto, o salário mínimo previsto é de R$ 1.067.

O PIB nominal projetado para este ano ficou em R$ 7,19 trilhões, passando para R$ 7,69 trilhões em 2021. “No entanto, devido ao maior valor do deflator (4,0%), comparado à última grade, a piora do PIB nominal deverá ser atenuada”, informou o documento da SPE.

Brasília, 10h54min

Vicente Nunes