Governo Lula suspende projetos em Portugal à espera de sinal de novo governo

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O governo Lula pisou no freio e suspendeu projetos que estavam em andamento em Portugal, como a abertura de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A determinação é esperar pela sinalização do novo governo, que assumiu em 2 de abril último.

Estava previsto a criação da Casa do Brasil em Lisboa, que centralizaria as representações de órgãos como a Apex e de governos estaduais, para incrementar os negócios com Portugal, visto como uma porta de entrada para a Europa. A meta era atrair empresas brasileiras para território luso e investimentos portugueses para o Brasil, além, é claro,  de incrementar o fluxo de turistas dos dois lados.

As negociações com o governo passado, do Partido Socialista, estavam tão avançadas, que Portugal ofereceu um prédio próximo da Avenida da Liberdade para abrigar a Casa do Brasil. O anúncio, à época, foi feito pelo presidente da Apex, Jorge Viana. Ele por sinal, informou os planos de abertura do escritório da agência em Portugal há exato um ano.

Até agora, no entanto, a equipe do primeiro-ministro, Luís Montenegro, não se dispôs a falar com representantes do Brasil para ver se tudo o que havia sido combinado com a administração passada está valendo. O novo líder português, de centro-direita, é muito mais contido nas ações de aproximação, ainda que Portugal e Brasil tenham profundos laços históricos.

O distanciamento entre os dois países neste momento é tão grande, que ninguém sabe dizer se haverá a reunião de cúpula adiada de abril para setembro, em Brasília. A cimeira havia sido acertada há um ano diretamente entre Lula e o então primeiro-ministro, António Costa. Mas o líder português pediu demissão e uma nova eleição foi realizada em março último.

A visão no Palácio do Planalto é a de que, em pouco tempo, Lula e Montenegro vão se acertar e desatar os nós para retomarem as parceiras entre Brasil e Portugal. A Apex, por exemplo, está com tudo estruturado para fincar os pés em terras lusitanas. E o desejo é de que tudo ocorra ainda no primeiro semestre deste ano.

Vicente Nunes