Estava previsto a criação da Casa do Brasil em Lisboa, que centralizaria as representações de órgãos como a Apex e de governos estaduais, para incrementar os negócios com Portugal, visto como uma porta de entrada para a Europa. A meta era atrair empresas brasileiras para território luso e investimentos portugueses para o Brasil, além, é claro, de incrementar o fluxo de turistas dos dois lados.
As negociações com o governo passado, do Partido Socialista, estavam tão avançadas, que Portugal ofereceu um prédio próximo da Avenida da Liberdade para abrigar a Casa do Brasil. O anúncio, à época, foi feito pelo presidente da Apex, Jorge Viana. Ele por sinal, informou os planos de abertura do escritório da agência em Portugal há exato um ano.
Até agora, no entanto, a equipe do primeiro-ministro, Luís Montenegro, não se dispôs a falar com representantes do Brasil para ver se tudo o que havia sido combinado com a administração passada está valendo. O novo líder português, de centro-direita, é muito mais contido nas ações de aproximação, ainda que Portugal e Brasil tenham profundos laços históricos.
O distanciamento entre os dois países neste momento é tão grande, que ninguém sabe dizer se haverá a reunião de cúpula adiada de abril para setembro, em Brasília. A cimeira havia sido acertada há um ano diretamente entre Lula e o então primeiro-ministro, António Costa. Mas o líder português pediu demissão e uma nova eleição foi realizada em março último.
A visão no Palácio do Planalto é a de que, em pouco tempo, Lula e Montenegro vão se acertar e desatar os nós para retomarem as parceiras entre Brasil e Portugal. A Apex, por exemplo, está com tudo estruturado para fincar os pés em terras lusitanas. E o desejo é de que tudo ocorra ainda no primeiro semestre deste ano.