Com esse discurso, os criminosos alimentavam a ganância de um exército de ao menos 150 brasileiros ilegais em Portugal para convencer investidores do Brasil a destinar suas economias para aplicações em Bolsa de Valores. O dinheiro, no entanto, era drenado por meio de empresas fantasmas e ocultado, muitas vezes, em criptomoedas.
O processo de convencimento dos investidores, reconhece o delegado Erick Sallum, da 9ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, responsável pelas investigações, era profissional, pois as vítimas insistiam nos negócios mesmo perdendo dinheiro. Os aliciadores diziam que os investimentos tinham zerado e que era importante aplicar mais um pouco para recuperar o valor perdido.
Há casos de pessoas que perderam R$ 1,5 milhão. Há lesados que se endividaram acreditando no falso discurso de que ainda havia chance de sair do prejuízo. Segundo o delegado, famílias e casamentos foram desfeitos por causa dos golpes. Algumas vítimas caíram em depressão, a ponto de tentarem suicídio. No total, as perdas contabilizadas até agora passam de R$ 16 milhões.
Quatro golpistas, sendo três brasileiros — Alan Cordeiro, 42 anos, Victoria Miranda, 24, e Eduardo Rodrigues, 29 —, e uma cidadã portuguesa, Maria da Conceição, foram presos em Lisboa. Os cidadãos brasileiros devem ser extraditados. Foi pego outro integrante no aeroporto de Frankfurt (Alemanha), que seria o chefe da organização criminosa. Outra pessoa está foragida.