POR ANTONIO TEMÓTEO
Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Gleisi Hoffmann (PT-PR), aproveitou a prerrogativa de comandar os trabalhos do colegiado para disparar uma série críticas ao governo Michel Temer e ao presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn.
Antes de passar a palavra aos senadores para questionarem o chefe da autoridade monetária, ela leu um discurso previamente preparado para atacar as políticas econômica e monetária do Executivo. Visivelmente constrangido, Ilan ouviu todas as ponderações calado e tomou nota de todos os pontos abordados.
Gleisi criticou a política fiscal do governo Michel Temer ao afirmar que querem reduzir as gastos sociais. Ela ainda fez questão de destacar que a Selic, em 14,25% ao ano, aumenta as despesas com juros e implica no crescimento da dívida pública.
Além disso, a senadora ressaltou que a autoridade monetária pressiona a inflação com uma política cambial desastrosa, por meio dos swaps cambiais. Ela ainda alfinetou o presidente do BC ao afirmar que ele defendeu, em 2013, que a inflação do país só cairia via aumento do desemprego.
Fugindo das polêmicas, o chefe da autoridade monetária destacou que entre 2014 e 2015 o país sofreu uma crise de confiança que resultará em uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 7% até o fim de 2016. Ele ainda destacou que há grande desconfiança em relação a trajetória de crescimento da dívida pública. “Não usamos os swps para pressionar a inflação. Se isso fosse verdade não estaríamos reduzindo o estoque”, alertou.
Ele ainda destacou que como qualquer dona de casa, o país tem um orçamento que precisa ser respeitado. “Se os gastos continuarem a subir temos um problema. E se não entendermos isso depois da crise temos um sério problema” alertou.