Lula Foto: Ricardo Stuckert/Fotos publicas

Genial/Quaest: Apesar do auxílio turbinado de Bolsonaro, Lula mantém vantagem e pode vencer no 1º turno

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

Mesmo com o início do pagamento da primeira parcela do Auxílio Brasil de R$ 600, no último dia 9, o impacto do novo benefício na intenção de voto do presidente Jair Bolsonaro (PL), não foi relevante, e, muito menos, ajudou a melhorar a avaliação do governo, de acordo com dados da 15ª rodada da Pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (17/8).

 

Conforme os dados do levantamento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) de 12 pontos percentuais registrada na pesquisa anterior. Se as eleições fossem hoje, o petista recebeu 45% das intenções de voto e o chefe do Executivo, 33%. Na edição anterior, de julho, os percentuais eram 44% contra 32%.

 

Enquanto isso, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT), ficou com 6% dos votos e a senadora Simone Tebet (MDB), com 3% na pesquisa deste mês. Os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somaram 6% e indecisos, 6%. Logo, Lula venceria no primeiro turno com 51,1% dos votos válidos.

 

De acordo com o levantamento, o impacto do aumento do Auxílio Brasil — programa que substituiu o Bolsa Família — de R$ 400 para R$ 600 e da redução do preço dos combustíveis nas intenções de voto foi pequeno, apesar de 58% dos eleitores saberem que o autor da medida foi Bolsonaro. Em contrapartida, 62% consideram que os ajustes no benefício e no vale-gás têm como objetivo principal ajudar a eleição do presidente, enquanto 33% acreditam que são medidas destinadas a ajudar as pessoas.

 

Curiosamente, a intenção de votos em Lula entre os eleitores que recebem o Auxílio Brasil cresceu entre julho e agosto, passando de 52% para 57%. Já a preferência por Bolsonaro nesse grupo encolheu de 29% para 27%, na mesma base de comparação

 

O ex-presidente manteve o melhor desempenho entre os que ganham até dois salários mínimos, faixa em que tem o apoio de 55% dos eleitores, enquanto Bolsonaro tem 27%. Bolsonaro, por sua vez, registrou vantagem entre os eleitores com renda superior a cinco salários mínimos, com 41% das intenções de voto contra 33% de Lula.

 

 

Desempenho por região e religião

 

Por região, Lula mantém vantagem folgada no Nordeste, com 61% das intenções de voto contra 21% de Bolsonaro. O presidente lidera no Sul, com 41%. Nas demais regiões, os dois candidatos estão tecnicamente empatados, mas o petista apresentou melhora no Sudeste, passando de 37% para 39% enquanto Bolsonaro recuou de 37% para 35%, entre julho e agosto. Atualmente, 65% dos eleitores dizem que seu voto é definitivo, contra 33% que admitem a possibilidade de mudança.

 

O maior crescimento das intenções de voto em Bolsonaro ocorreu entre os evangélicos, segundo a pesquisa. Nesse grupo, o chefe do Executivo avançou 17 pontos percentuais desde março e teria hoje 52% dos votos, contra 28% de Lula. Entre os católicos, a vantagem é de Lula, com 51% das intenções de voto. Bolsonaro teve 27%. 

 

Segundo turno e rejeição

 

Em um eventual segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o petista venceria com 51% dos votos — mesmo percentual de julho –, contra 38% do chefe do Executivo. Pela primeira vez, o intervalo entre as duas sondagens, ambas feitas de forma presencial, foi de duas semanas.

 

Bolsonaro lidera o ranking de rejeição entre os candidatos, com 55%, mesma taxa de julho. Na sequência, Ciro teve 52%, abaixo dos 53% do mês anterior. Já a rejeição a Lula manteve-se estável em 44%.

 

A maioria dos entrevistados, 45%, tem medo da continuidade de Bolsonaro no governo enquanto a volta do PT é temida por 40% dos eleitores.

 

Conforme os dados da enquete, a economia manteve-se como o maior problema apontado pelos entrevistados, com questões sociais em segundo lugar, de 21%.

 

A pesquisa, realizada pela Quaest para a Genial Investimentos, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número 01167/2022. Foram ouvidas 2.000 pessoas entre os dias 11 e 14 de agosto, de forma presencial nas casas dos eleitores em 123 municípios nas 27 unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.