FMI: crise econômica global é a pior desde a Grande Depressão

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou para baixo as previsões para a economia global em um cenário que está sendo denominado de “O Grande Bloqueio” ou “O Grande Confinamento”, pior crise econômica desde a Grande Depressão, ocorrida na década de 1930.  Em função da desaceleração generalizada devido ao isolamento social contra a Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus, o Fundo reduziu em 6,3 pontos percentuais as estimativas de janeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2020, para uma queda de 3%.

 

Será o pior resultado desde desde 2009, quando a retração foi de 0,01%. A previsão anterior era de um crescimento de 3,3%.  “Essa é uma revisão importante em um período muito curto e isso faz do grande  Este é um rebaixamento de 6,3 pontos percentuais em relação a janeiro de 2020, uma revisão importante em um período muito curto. Isso faz do Grande Bloqueio a mais profunda recessão desde a Grande Depressão e ela é muito pior do que a crise financeira global”, resumiu a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, em seu comentário sobre a nova edição do relatório Panorama Econômico Global, divulgada nesta terça-feira (14/04), em Washington.

 

Na avaliação da economista indiana, essa crise é sem precedentes, com  velocidade e intensidade do colapso difíceis de serem mensuradas. “Existe uma incerteza substancial sobre seu impacto na vida e nos meios de subsistência das pessoas. Depende muito da epidemiologia do vírus, da eficácia das medidas de contenção e do desenvolvimento de terapêuticas e vacinas, todas difíceis de prever”, explicou.

 

O Fundo reduziu em 7,5 pontos percentuais as previsões para o Brasil e agora estima retração de 5,3% no PIB brasileiro neste ano, em vez da expectativa de expansão de 2,2% do relatório atualizado em janeiro. Para 2021, o organismo multilateral estima crescimento de 2,9%, em vez da alta de 2,3% estimada em janeiro.

 

O FMI prevê retração de 6,1% nas economias avançadas neste ano e não mais crescimento de 1,6% estimado em janeiro. Para 2021, a expectativa é de uma recuperação de 4,5%, dado 2,9 pontos percentuais acima da previsão anterior. Enquanto isso, o Fundo elevou de 2,4% para 5,8% a previsão de expansão do PIB global.

 

Pelas novas estimativas a queda entre os países desenvolvidos será generalizada neste ano. Os Estados Unidos devem registrar retração de 5,9% neste ano enquanto a Zona do Euro deverá registrar retração de 7,5%, pelas novas projeções. A Itália deverá registar a maior queda no PIB, de 9,1%, seguida de perto pela Espanha, com recuo de 8%. O PIB do Japão deve encolher 5,2% e o da Alemanha, 7%.

 

 

Veja as principais estimativas para a economia global divulgadas hoje pelo FMI: