A falta de visão de um marqueteiro político

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Em julho último, quando a rejeição de Temer igualou-se à de Dilma, chegando a 70%, o presidente foi aconselhado a agir e a trocar sua equipe de comunicação digital. À época, o discurso era que Temer não era “defendido suficientemente” nas redes sociais.

Missão definida

» Para mudar a situação, entrou em cena o marqueteiro Elsinho Mouco, acusado por Joesley Batista, da JBS, de receber valores disfarçados de propina em nome de Temer. Quando assumiu, Mouco reuniu a equipe do Planalto e avisou que, a partir daquele momento, a missão da comunicação digital do governo seria alavancar a popularidade de Temer.

Caráter reformista

» O marqueteiro, amigo pessoal de Temer, antecipou sua estratégia: reforçaria o caráter “reformista” do presidente e exaltaria nas redes sociais as conquistas de um governo que estaria “mudando o Brasil para melhor”. À época, a popularidade de Temer estava em 5%.

Fracasso geral

» Mas Elsinho via no número um alento: “Nós chegamos a 5% de aprovação. A boa notícia é que, no fundo do poço, não podemos cair mais. Agora, é só subir”, declarou ele a uma equipe incrédula. De lá para cá, a popularidade de Temer caiu ainda mais, para o pior nível já registrado por um presidente: 3%. E a reprovação, que já era elevadíssima, disparou para 77%.

Brasília, 08h05min

Vicente Nunes