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Europa teme guerra entre PCC e traficantes mexicanos pelo mercado de drogas

Publicado em Economia

Não é apenas em Portugal que as autoridades estão em alerta por causa da presença de pelo menos 40 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) em território luso. Representantes do sistema de segurança dos países que integram a União Europeia não descartam uma possível guerra entre a maior organização criminosa brasileira com traficantes mexicanos que têm criado bases na Espanha.

 

Em reportagem na edição de domingo (15/01), o Correio detalhou que, além das raízes fincadas pelo PCC, Portugal tornou-se um dos locais preferidos de fugitivos da Justiça brasileira para se esconder. São criminosos perigosíssimos, condenados por feminicídio, trafico de drogas e de órgãos humanos, estupro de crianças e assassinatos. Alguns deles foram presos nos últimos meses e extraditados para o Brasil.

 

As preocupações das autoridades europeias com o aumento da criminalidade por causa do tráfico de drogas são reforçadas na edição desta segunda (16/01) do jornal português Diário de Notícias. O temor é de que a Bélgica, ocupada por grupos criminosos, se transforme, em breve, em um narcoestado. A situação por lá é tão complicada, que o ministro da Justiça teve de mudar de residência por causa de ameaças de morte.

 

No Porto de Antuérpia, distante uma hora de Bruxelas, onde estão as principais sedes dos órgãos da União Europeia, uma menina da 11 anos foi morta durante a troca de tiros entre narcotraficantes. A tensão também é grande no Porto de Roterdã, na Holanda, onde um jornalista investigativo e uma testemunha-chave de um processo contra um bandido foram assassinados e a princesa Amélia, de 18 anos, ameaçada de morte.

 

No ano passado, foram apreendidas mais de 16 toneladas de cocaína em Portugal, o que coloca o país entre as cinco nações europeias com mais apreensões desde 2018. A polícia portuguesa também reteve 309 automóveis, nove veleiros, 179 armas, 2.450 celulares e 2,4 milhões de euros (R$ 13,2 milhões) dos bandidos. Segundo as contas feitas por autoridades ao Diário de Notícias, a droga está avaliada em 600 milhões de euros (R$ 3,3 bilhões), o correspondente ao que o governo luso disponibilizou as empresas locais para enfrentar a crise energética.

 

As autoridades afirmam, ainda, que os elevados rendimentos com a venda de cocaína estimulam os traficantes a enfrentarem todos os riscos de serem pegos. Um quilo de cocaína, quando sai do Brasil, está avaliado entre 5 mil e 6 mil euros. Na União Europeia, o mesmo quilo de droga é negociado entre 20 mil e 40 mil euros (R$ 110 mil e R$ 220 mil). A principal porta de entrada para drogas em Portugal é o Porto de Sines, em Setúbal.