Embaixada do Brasil em Portugal tem mais de 5 mil pedidos retidos de equivalência de notas

Publicado em Economia

Com DENISE ROTHENBURG

Brasileiros que dependem da Embaixada do Brasil em Portugal para colocar seus filhos nas escolas portuguesas ou garantir um emprego no país europeu estão sofrendo com a burocracia. Por falta de pessoal, a demora para que se reconheça a equivalência de notas chega a dois anos. Mais de 5 mil estudantes e trabalhadores estão na fila de espera.

 

Pela legislação em vigor, a embaixada precisa avalizar que os boletins de notas obtidas por brasileiros em escolas no Brasil são equivalentes aos mesmos níveis em Portugal. Enquanto esse aval não é dado, nenhuma escola portuguesa está autorizada a aceitar matrículas nas séries específicas. Em 2022, foram reconhecidas mais de 4 mil equivalências de notas.

 

O problema maior está entre estudantes do ensino médio, pois são os que mais têm migrado para Portugal e os que mais dependem da equivalência de notas para comprovar que concluíram o curso e, assim, cumprirem exigências para empregos.

 

O embaixador Raimundo Carreiro foi obrigado a fazer um mudança na área de educação da embaixada para agilizar os serviços aos brasileiros, que não param de chegar a Portugal. Somente nem 2022, foram legalizados pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) 28,4 mil. No total, 233.138 brasileiros vivem oficialmente no país europeu.

 

Os números reais, porém, são muito maiores. A própria embaixada admite que mais de 100 mil brasileiros estão vivendo irregularmente em Portugal, porque não são atendidos pelo SEF. Muitos desses cidadãos entraram em território luso como turistas e foram ficando. Agora, buscam a regularização por meio de um instrumento previsto em lei denominado manifestação de interesse.

 

Esses indocumentados esperam que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participará da reunião de Cúpula Brasil-Portugal, marcada para abril, consiga fechar um acordo para que o governo português agilize a regularização de todos. Lula foi informado de que esses brasileiros enfrentam sérias dificuldades, pois não conseguem empregro, abrir contas em banco nem alugar imóveis.